No período da reconquista, os primeiros reis portugueses mantiveram os povos mouros e judeus num processo de cohabitação (mais ou menos) pacífica.
Tanto as mourarias como as judiarias estavam localizadas fora das muralhas do castelo. Tinham até os seus governadores e sistemas de justiça próprios. No final de contas, eram as religiões do Livro, ou Abraâmicas e as suas fundações eram em tudo semelhantes. Contudo, existia uma noção clara, a lei vigente era a determinada a partir do interior do castelo, nos períodos de reconquista ou eram os cristãos, ou os mouros a ditar qual a lei prevalecia em caso confronto.
Hoje vemos uma situação invertida, são as minorias que ditam quais os comportamentos a ter. Seria o caso de um governo judaíco ditar o que o Rei Católico deveria fazer, ou o cristão fora das muralhas a indicar ao Califa que medidas tomar.
Atualmente temos mercados na Alemanha que não passam música para não perturbar os muçulmanos, temos homens que se vestem de mulheres e por isso querem usar vestiários femininos, temos terras espanholas onde as decorações de Natal não devem incluir factos religiosos, ou seja, não se deve celebrar o nascimento de Cristo, temos bairros onde a polícia não deve entrar porque ofende a população desse bairro, aceitamos que meninas (tipicamente de etnia cigana) sejam casadas antes da maioridade, e por aí fora...
Não devemos esquecer que a lei vigente é a que vem de dentro das muralhas do castelo, na nossa realidade atual, é a cultural ocidental onde existe um respeito pela diferença, mas que essa diferença não deve ser imposta em particular quando choca frontalmente com os nosso valores base. Numa celebração islâmica dentro da mesquita, se as mulheres devem ter um comportamento diferente em relação à sua forma de vestir, nós aceitamos, contudo não aceitamos que uma mulher tente passar pelas fronteiras portuguesas sem mostrar a sua identificação e seu rosto. Aceitamos a disforia de género, mas que deve ser tratada como uma condição clínica e que a sociedade deve promover a sua integração, não o inverso em que a disforia de género é o normal.
Só é possível um modo de vida prevalecer e a forma de nos organizarmos em sociedade continuar se mantivermos claro quais as normas básicas de comportamentos aceitáveis e que as liberdades não devem ser colocadas em causa porque alguém fora das muralhas se sente ofendido.
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