Um madeiro de eucaliptos lá da terra tinha dois filhos, e faleceu deixando o seu negócio aos filhos. Dividiram a herança; um dos filhos manteve o negócio como sempre foi, deixava crescer os eucaliptos, cortava, vendia, e voltava a esperar os 7 anos para fazer o mesmo. O outro filho, percebendo o risco do negócio tradicional decidiu investir parte da herança em equipamentos para manter os terrenos limpos, aproveitar os resíduos de biomassa e produzir energia, explorar óleos essenciais de eucalipto e até instalou umas colmeias para produção de mel de eucalipto.
Um dia um incêndio abateu-se sobre a terra, os eucaliptais do primeiro filho foram dizimados e com isso o seu sustento. O segundo, como tinha tudo cuidado e organizado teve umas perdas ligeiras.
A raiva tomou conta do primeiro filho que decidiu apresentar queixa no juíz do tribunal local, afinal a herança tinha sido mal dividida porque o talhão do irmão era melhor e isso foi notório aquando a catástrofe dos incêndios. O juíz decidiu que este tinha razão e que o irmão deveria dar metade dos seus proveitos ao irmão em necessidade.
Este é um retrato de Portugal, aqueles que se esforçam, investem e tomam as decisões certas ficam prisioneiros daqueles que nada evoluem ou lutam para melhora a sua situação. Taxar de forma bruta quem produz só incentiva a nada fazer.
Nas sociedades socialistas não existe equilíbrio porque se valoriza a redistribuição pelo simples facto de se ter sucesso. Uma sociedade justa e solidária deve procurar ajudar quem necessita, mas não penalizar quem se esforça. Por esse motivo os libertários (tipicamente) consideram "impostos igual a roubo" já os comunistas ortodoxos "quando tudo for privado serás privado de tudo".
Na minha percepção, a carga fiscal deve existir para sustentar o estado social mas deve ser competitiva, ou seja, temos de passar do lugar 35° do Índice de Competitividade Fiscal da OCDE para o top 5.
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